Tânia,
Talvez
para te falar não fosse preciso mencionar teu nome, provavelmente um sorriso
seja quanto baste para te aquecer, uma palavra tosca, um olhar daqueles de
encanto sincero, por ti. Talvez isso seja quanto baste para alguém como eu
chegar a ti, é isso que em ti seduz e te torna aquela pessoa sempre pronta, sem
meias palavras, sem medos, uma rapariga que cresce a cada dia como mulher que é
e me deixa muito feliz por vê-la a cada dia desvendar um pouco da sua beleza.
Devo
confessar uma coisa. Quando te conheci pareceste-me uma personagem ambígua, um
corpo de mulher que se escondia e evidenciava sobretudo um carisma
despreocupado, uma fragilidade tão escondida que desvanecia, sim um corpo de
mulher, mas, indubitavelmente, as características de uma menina-rapaz que
julguei, e quem julga pouco acerta, nunca revelar a fêmea interior que, agora,
revelas, passo a passo, e que não te torna mais uma, mas a menina de caracóis,
a caracoleta. Acho que também sentes uma revolução interior e finalmente percebes
que a feminilidade não tem necessariamente de passar por um temor excêntrico de
tudo o que é reles e mexe, nem do uso exacerbado de químicos na face, mas tem a
ver com a coragem de ser diferente, admiro-te por isso e, acredita, a cada dia
estás mais bonita, não só pelo que vejo, mas pelo que sinto.
Voltando
ao início, o teu nome porventura em nada te diferencia de outras homónimas que
nem conheces, mas ele comprova ser a raiz da pessoa que és. Em primeiro lugar,
Tânia é sinónimo de coroa, e coroa é símbolo de poder, é um círculo perfeito, é
o eterno. Tânia, talvez seja essa coroa invisível que transpostas que te distinga,
és em tudo uma rainha, se não repara, filha de duas mães, amor em duplicado, se
por um lado tiveste uma que te teve e desde logo te quis bem, porque isso
tem-no-lo certo, agora uma outra te quer bem e te tem também e em ti, cabem as
duas que não se anulam mas completam, e mesmo com as tuas dúvidas e certezas,
mesmo com o infortúnio e a incerteza coube em ti o perdão. Sabes a vida é mesmo
assim, uns nascem abençoados e outros vão sendo abençoados, tu és um paradigma
de dignidade e, como tal, nada abaixo do êxito e da felicidade te espera.
Continua sempre aprendendo com os erros daqueles que amas, ultrapassando
obstáculos e ensinando-os e apoiando-os, é o que eu tento realizar a cada dia.
O
teu nome revela ainda o que em ti é transparente. Paciência, perseverança e
habilidade. Nada mais certo, tens a habilidade de, mesmo com a tua
perseverança, nunca perderes a paciência. És assim, um todo múltiplo. Admiro a
tua ambição e desassossego, pela minha experiência, é isso que dá à vida um
lustro especial, é o desassossego que nos faz criar e escrevinhar sentimentos,
escarrapachamos a nossa vida no papel e sentimo-la mais intensamente, ao lê-la
vemos mais nítido.
Por
último, Tânia personifica a rainha das fadas, não o és, ninguém é fada, não
tens poderes, não tens varinha, falta-te o rosa interior, as princezinhas e os
cavaleiros não te dizem nada. És real e o teu condão é um profundo bom senso. Além
disso as tuas cores, aquele verde ressequido, os laranjas intensos mas nítidos,
a cor de um branco acometido de uma poeira suave, o castanho… as tuas cores
como a tua forma de estar, de andar, de falar, não são tentadas pela mariquice
nem pela tendência de tornar algo “querido”, não, és crua, sincera, autêntica.
Somente deves não excluir por inteiro o rosa, não a cor, o conceito, é que ele
aromatiza a vida.
Quanto
a ti, colega, vulto, que às vezes sinceramente tudo é negro e ambas ignoramos a
presença da outra absorvidas pelo breu, mesmo não te vendo acredita que te
sinto. Se por vezes parece esquecimento, esquece que não é, cá dentro sempre
acharás uma ponta de um véu que poderás levantar eternamente. Não preciso que
me digas quando estás triste, não preciso que me descrevas os teus sonhos mais
íntimos, nem que me abraces, preciso que nunca estejas triste, que alcances
todos os teus sonhos e que no final me presenteies com um abraço íntegro.
Para ti todas as felicidades.
Para ti muitos parabéns e muita sorte.
Beijinhos da Tati*
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